A gravidez psicológica, também chamada de pseudogestação ou pseudociese, é um quadro no qual a mulher apresenta os mesmos sintomas da gravidez, embora não se apresente gestante. Assim, ausência de menstruação, enjoos, crescimento da barriga, e até mesmo escurecimento dos mamilos, crescimento dos seios e produção de leite; podem ocorrer.
Este quadro está geralmente relacionado ao grande medo de não engravidar, ou ao contrário: ao desejo extremo de ser mãe. Em muitas situações, ocorre quando a mulher enfrenta sucessivas tentativas de engravidar, mas sem sucesso. Assim, pode somatizar este desejo, apresentando um quadro orgânico, comportamental e também de sensações, tal como se estivesse grávida.
Tal situação pode ser um grande transtorno para a mulher, o suposto futuro pai, familiares e amigos; ao perceberem que não se trata de um quadro real – principalmente se a mulher se recusar a aceitar a realidade. Assim, apoio e carinho são primordiais, principalmente do companheiro. É importante, também, trabalhar com ela a ideia de se consultar com um psicólogo, como forma de não estender por muito tempo tal gravidez, sob o risco da mesma mantê-la até o momento do parto, podendo ser uma situação muito traumática e sofrida. Além disso, a terapia pode ser importante para averiguar se a pseudociese está relacionada a algum outro problema de ordem psicológica.
Em casos extremos, pode ser necessário o tratamento hormonal, a fim de provocar a menstruação e, em situações que incluem outros transtornos psicológicos, como depressão, pode ser necessário o uso de outros fármacos.
A forma mais simples de detectá-la é por meio do exame HCG, uma vez que somente mulheres verdadeiramente gestantes têm o resultado positivo.
Problemas psicológicos, sexuais e traumas socioambientais também podem estar relacionados à pseudogestação. Alguns especialistas, ainda, sugerem que este quadro pode indicar a síndrome dos ovários policísticos, tumores ou câncer do útero, e distúrbios ovarianos e hormonais.
Uma adolescente de 17 anos, com suposta gravidez psicológica, passou por uma cesariana em um hospital público de Campo Limpo Paulista, a 62 quilômetros de São Paulo. A menor realizou todo o acompanhamento pré-natal na rede municipal de saúde. O cartão da adolescente aponta até exames de ultrassonografia. A Secretaria de Saúde de Campo Limpo abriu sindicância para apurar o caso.
- Cheguei lá com dor e com sangramento, o médico fez exame de toque e disse que eu iria ficar internada. Ele falou para o meu marido que ele poderia buscar as roupas. Quando meu marido voltou eu já estava no centro cirúrgico - diz a menor.
O exame feito depois da cirurgia comprovou que a menor não estava grávida. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso. Uma sindicância aberta pela Secretaria de Saúde de Campo Limpo Paulista vai apurar por que os médicos levaram adiante o pré-natal e por que a menina foi levada para a mesa de cirurgia.
- Iremos apurar se houve falha na condução desse caso até um estágio avançado de gravidez, ou de aparente gravidez. E também se investigado a condução no caso de gravidez no hospital - diz o secretário de Saúde do município Hugo Samejima.Caso semelhante
No dia 19 de abril, uma estudante supostamente grávida foi submetida a cesarianaem uma maternidade conveniada pelo SUS em Belém, mas voltou para casa sem o bebê. Lana Carla da Silva Pimenta, de 20 anos, deu entrada na Santa Casa de Misericórdia, mas, como não havia leitos, foi encaminhada para a Maternidade do Povo. Depois da cirurgia, o médico responsável pela cesariana, José Negrão Guimarães, disse que a gestação era inexistente. Nesse caso, segundo os médicos, houve erro na leitura dos exames, e não uma gravidez psicológica.
O resultado de duas ultrassonografias, de laboratórios diferentes, foram feitas pra avaliar o tamanho do útero de Lana Pimenta, mais de 11 dias depois da cesariana. Em ambos os exames os técnicos avaliaram que o útero da jovem tinha um volume normal, ou seja, ela não estaria grávida no dia da cirurgia.
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